Mestre Mendonça

Damionor Ribeiro de Mendonça nasceu em 16 de julho de 1931. Sergipano de Aracaju, ele veio para o Rio de Janeiro na década de 1950.

Geisimara Matos & Matthias Röhrig Assunção (abril de 2020)

Filho de general de Exército, ele estabeleceu residência no bairro do Grajaú, zona norte da cidade. O interesse pela capoeira se deu a partir do ano de 1964, momento em que começou a trabalhar no serviço de segurança no Banco do Brasil. Naquela ocasião, decidiu, com alguns companheiros de trabalho, que a capoeira seria uma ótima atividade complementar à sua profissão.

A partir desse momento começou a praticar a capoeira com Artur Emídio, que escolheu como seu mestre. Entretanto, segundo Mestre Bebeto, também aprendeu capoeira com o grupo Bonfim, que se ramificava nessa época pela Zona Norte do Rio de Janeiro. Na década de 1970 Mestre Mendonça dava aulas de capoeira no Satélite Clube do Banco do Brasil.

O interesse de M. Mendonça pela capoeira passou a abranger as políticas públicas direcionadas para o que ele entendia como esporte.

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Homenagem da Federação Sergipana de Capoeira a Damionor Mendonça. Acervo André Lacé.
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Mestres Mendonça e Artur Emídio, Encontro Nacional de Capoeira Engenho. Acervo André Lacé.

A partir de 1967 começou a lutar pela regulamentação da capoeira. Durante o Segundo Simpósio de Capoeira, em 1969, foram escolhidos representantes de cada estado para a redação do de um pré-projeto de regulamentação da capoeira, que seria enviado ao Departamento de Capoeira da Confederação Brasileira de Pugilismo. Damionor Mendonça foi escolhido para representar o então estado da Guanabara.

Como responsável pelo projeto, que passou a vigorar como “Regulamento Técnico da Capoeira” a partir de 1973, é creditado a ele a criação do sistema de graduação em cordéis na capoeira nas cores: verde, amarelo, azul e branco com o objetivo de criar uma hierarquia entre os praticantes da capoeira. Baseados nas cores da bandeira do Brasil, os estágios vão desde o cordel verde até o cordel branco de mestre. Como não existia, na época, uma roupa padrão para os capoeiristas, foi instituído o uniforme branco – inspirado na roupa branca tradicional dos antigos capoeiras na Bahia ‑ como o uniforme oficial de seus praticantes.

M. Mendonça foi muito ativo na comissão de mestres de capoeira na Federação Carioca de Pugilismo e, depois também, na Confederação Brasileira de Capoeira, até uma idade avançada. Além disso, era um estudioso da capoeira e compositor de várias músicas tocadas em rodas de capoeira. Pela sua dedicação à capoeira desportiva recebeu várias homenagens como o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro. M. Mendonça faleceu em 2017.

Saiba mais:

Aproveite para ouvir aqui a entrevista que André Lacé fez com Damionor Mendonça e Samuel Taets, em 1975, para seu programa Roda de Capoeira, na Rádio Roquette Pinto

Fontes:

Entrevista Mestre Bebeto

Entrevista André Lacé (2018)

Entrevista Mestre Silas (2018)

https://www.rabodearraia.com/capoeira/news/nota-de-falecimento-mestre-mendonca.html

http://www.rodadecapoeira.com.br/artigo/O-Legado-de-Mestre-Mendonca-para-a-Capoeira/

Rio de Janeiro

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