Por Ricardo Nascimento e Cinézio Peçanha.
Para a maioria dos(as) praticantes de capoeira, bem como para os estudiosos(as) do tema, restam poucas dúvidas sobre a africanidade dessa forma de arte: as possíveis origens africanas da capoeira sempre foram objeto de interesse de mestres(as), ativistas, grupos de praticantes, intelectuais, artistas, curiosos das práticas culturais afro-brasileiras, folcloristas e pesquisadores(as).
Segundo Matthias Röhrig Assunção (2005), os encontros do pintor luso-angolano Neves e Sousa com o folclorista Câmara Cascudo e o Mestre Pastinha estariam na origem do mito. Os diálogos entre eles tornaram possível apresentar o engolo, como ilustrado nas pinturas de Neves e Sousa, como uma provável origem angolana da capoeira. Enquanto prática ritualística do povo Nanheca-Humbe ao Sul de Angola, o engolo, também conhecido como a dança da zebra, foi um dos objetos de interesse artístico e etnográfico do pintor Neves e Sousa em suas incursões pelas províncias da Angola colonial. As pinturas de Neves e Sousa e os diálogos, e ulteriores trocas epistolares, realizados entre ele e o folclorista brasileiro, culminaram em publicações dos dois autores que posicionaram o engolo como achado etnográfico explicativo de uma monogênese africana da capoeira. Estas imagens, expostas em galerias e museus no Brasil e no mundo, e publicados pelo pesquisador TJ Desch-Obi (2008) no seu estudo, funcionaram como certificação da africanidade da capoeira. Desta maneira, o ponto de partida do mito do engolo inevitalvemente começa no encontro épico e os diálogos entre esses três personagens: o pintor luso-angolano, o folclorista e o mestre de capoeira brasileiros. Os detalhes e nuances destes encontros, locais e peculiaridades são por nós desconhecidos, sendo sabidos apenas os seus efeitos multiplicadores, uma vez que desde então a história do engolo foi apropriada como um mito fundacional da narrativa afrocêntrica da capoeira. Uma parte do alcance e a escala desses efeitos podem ser verificados na difusão de símbolos iconográficos do engolo pelos coletivos de capoeira angola, tendo sido o GCAP – Grupo de Capoeira Angola Pelourinho o primeiro a fazer uso da imagem da zebra como forma de representação da luta angolana (Peçanha, 2019).
O que hoje sabemos, e que constitui verdade inconteste, é que os encontros, os interesses mútuos e as trocas geradas entres esses interlocutores foram capazes de produzir narrativas mais precisas sobre a ancestralidade africana da capoeira. Se antes já se sabia e especulava sobre a africanidade dessa arte, a partir daí seria possível identificar um ancestral africano específico, o engolo, caracterizado e propagado como a dança da zebra. A prova cabal dessa relação se daria pelas informações dadas por Neves e Sousa, incorporadas nos textos de Câmara Cascudo em seu livros (1967 e 1972), e as imagens de Neves e Sousa (1974) publicadas em obra posterior (1972).
Esses encontros e diálogos foram materializados em um achado peculiar: as cartas enviadas por Neves e Sousa a Câmara Cascudo, arquivadas no Instituto Câmara Cascudo, em Natal, e em documentos de exibições do pintor no Museu de Arte Contemporânea da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, encontrados pelos pesquisadores Cinézio Peçanha e Ricardo Nascimento. Nessas missivas, Neves e Sousa narra passagens de sua vida cotidiana, viagens, mensagens familiares de afeto, descrições de paisagens, práticas culturais e ritualísticas africanas a pedido de Câmara Cascudo e, posteriormente, publicadas por ele em alguns de seus livros. As cartas de Neves e Sousa têm, entretanto, uma particularidade curiosa, a de terem sido elaboradas a partir da combinação da escrita e de desenhos figurativos que ajudam a elucidar as mensagens.
É importante perceber que as cartas constituem documentos históricos de elevado valor e seu escopo está para além das trocas e diálogos sobre a capoeira. As cartas fornecem pistas sobre as perspectivas políticas, culturais e estéticas de intelectuais e artistas da época, além de permitir traçar um entendimento sobre como estes sujeitos compreendiam e interpretavam o atlântico afro-lusófono. Como documentos históricos, as cartas trocadas entre Neves e Sousa e Câmara Cascudo percorrem um recorte preciso do período colonial e pós-colonial português em Angola, que vai da década de 60, quando se conheceram, atravessando os anos 70, com o fim da ditadura salazarista, até os anos 80, no período em que a esfera pós-colonial da lusofonia é reconstituída. Em telegrama de 31 de julho de 1986, Luiza Albano Neves e Sousa presta sua homenagem e condolência pela perda do mestre Câmara Cascudo, encerrando um ciclo de diálogos por cartas entre as duas famílias. Se tomarmos em consideração a quantidade de cartas, o período em que ocorrem e o viés qualitativo dos seus conteúdos imagéticos e de escrita, concluímos que se trata de documentos em que se pode analisar, através das narrativas da vida cotidiana intima e intelectual de duas famílias, as relações sociais e políticas das sociedades do atlântico afro-lusófono a partir de um dado recorte temporal das histórias destas populações.
Se de fato o engolo é o possível e único ancestral africano da capoeira, temos dúvida. A certeza que temos, e trazemos nesta leitura, é de que o impacto do engolo na capoeira e na cultura afro-diaspórica reflete o seu poder simbólico no imaginário dos(as) praticantes de capoeira que até então não vislumbravam um existente ancestral africano para sua arte, e daí decorre o potencial iconográfico das imagens que foram produzidas por Neves e Sousa. Consta que, entre as mensagens do pintor luso-angolano ao folclorista brasileiro, a carta de 20 de julho de 1964 trazia uma das primeiras descrições do engolo, a pedido de Câmara Cascudo, que depois a cita em seu livro. Para além das descrições minuciosas, como era de costume, a carta apresentava os famosos desenhos do pintor, ilustrando as narrativas.
É importante referir que as descrições do engolo bem como as referências da relação com a capoeira aparecem apenas em uma carta encontrada, mas sugere que foi objeto diálogo presencial e debate entre os dois amigos. No entanto, em todas as demais missivas, os países da África lusófona, seus povos e paisagens, são descritos com recursos a uma linguagem poética e romantizada. Lembrando que as cartas eram produzidas em formatos híbridos entre a escrita e o desenho, chamou-nos atenção a combinação de traços iconográficos suaves, sugestivamente representados a preto e branco, que acentuavam um imaginário pitoresco e idealizado do continente africano. Embora as cartas se reportem a vivências de um período de conflito na África lusófona, a contestação veemente do colonialismo português e embates da guerra colonial, Neves de Sousa raramente expressa sentimentos de desagrado e repugnância para com o colonialismo português. No entanto, seu tom poético e traço leve falam de um amor ambíguo com a África que lhe serviu de fonte de inspiração.
Sabemos hoje que Neves e Sousa, teria já ouvido falar de Câmara Cascudo antes mesmo de com ele se encontrar. O folclorista realizava uma pesquisa sobre alimentação no Brasil e, convencido das ligações gastronômicas entre Brasil e África, viajou para Angola, em 1963, a fim de conhecer melhor os hábitos alimentares e a gastronomia local, ocasião em que se dá o primeiro encontro entre ambos. Em entrevista realizada com Luiza Neves e Sousa, a viúva de Neves e Sousa, ela elucida o encontro entre esses dois personagens, o qual marcou o começo de uma longa amizade:
Aí o Albaninho tinha estado aqui e tinha conhecido e tinha sabido da existência do prof. Cascudo, e prof. Cascudo ficou hospedado no Hotel Universo e como o Hotel Universo tinha um painel imenso feito pelo Albano e diversos quadros o prof. Cascudo quis falar com o Albano. Eu, nessa época, era aeromoça. […] Eu disse: ‘Prof., eu venho roubar o senhor”. E assim foi… Eu, fardadinha. A minha fardinha da TAG. […] Entrei no Hotel Universo, que eu conhecia o dono do hotel. Levei o prof. Câmara Cascudo, passei em casa de Albano, que eu não era casada com ele nessa altura, pegamos Albano.” (Depoimento de Luiza Neves de Sousa a Cinézio Peçanha e Matthias Röhrig Assunção, março de 2008).
É importante referir que as relações entre Neves e Sousa e Câmara Cascudo faziam parte de uma triangulação territorial que envolvia o Atlântico Negro Lusófono, costurando diálogos entre o Brasil, Portugal e a África lusófona. Estamos falando de um período em que as ideias freyrianas da democracia racial e do luso tropicalismo encontravam-se em sua força máxima. O folclorista e o pintor, em suas instâncias pessoais e profissionais, faziam parte de um círculo vasto de intelectuais, entusiastas da cultura popular lusófona e que trocavam ideias e impressões sobre os seus achados nos seus respectivos países, em particular envolvendo a África lusófona e o Brasil.
Nas cartas dirigidas a Câmara Cascudo, em que o pintor lhe fornecia informações sobre a África, ao que parece por encomenda e a pedido, era comum Neves e Sousa referir-se a etnógrafos e pesquisadores africanos ou portugueses, conhecidos de ambos a quem o folclorista também podia pedir dados extras para as suas pesquisas. Desse modo, nomes como Ário de Azevedo, José Redinha ou Oscar Ribas, todos eles personagens do mundo colonial português que atuavam nos países africanos, vão aparecer nas missivas trocadas entre Neves e Sousa e Câmara Cascudo, dando a saber das ligações entre estes interlocutores e seus interesses comuns. Ário de Azevedo, por exemplo, era engenheiro agrônomo de origem portuguesa, nascido em Maputo, e foi investigador da Junta de Investigação do Ultramar, a qual colhia muitos dados sobre as colônias. José Redinha era etnógrafo e funcionário da Administração Portuguesa em Angola, foi diretor do Museu do Dundo (museu nacional angolano localizado na região do Dundo. Nele, se encontram materiais etnográficos das etnias da região) participou de diversas expedições etnográficas para recolha de materiais do museu e conhecia bem as línguas locais, bem como as lideranças comunitárias das aldeias. Tal como Neves e Sousa, Redinha tinha suas habilidades como desenhista muito apreciadas e úteis em suas viagens etnográficas.
Neves e Sousa também manteve fortes ligações com Jorge Amado, trocando com ele algumas cartas. O escritor prefaciou um dos importantes livros de Neves e Sousa – Angola em Preto e Branco, datado de 1972 – e fez a introdução de alguns dos catálogos do pintor, como a exposição realizada no Museu de Artes da Universidade Federal do Ceará, em 1979, na cidade de Fortaleza. Na carta aberta a Neves e Sousa, feita em tom de prefácio no livro do pintor, Jorge Amado faz a seguinte descrição:
Ora, seu Neves e Sousa, você prometeu e não cumpriu, disse que retornaria a Bahia este ano e traria novos quadros para mostrá-los aqui – os primeiros foram tão apreciados e a exposição resultou num sucesso, recorda-se? Porque dia não veio então […]. Já Mestre Pastinha erguera os berimbaus para o jogo da capoeira angolana em sua famosa escola e o Candomblé de Bate Folha, o mais importante Candomblé angola da Bahia, como você sabe, reservará assento para você entre os ogans na festa de Obatalá.” (AMADO, 1972, p. 001)
Nesse enxerto, podemos observar que existia uma proximidade entre os dois interlocutores e uma intimidade de Neves e Sousa com elementos da cultura afro-baiana, entre eles, a capoeira e a figura de Mestre Pastinha. Nos chama a atenção o fato de que os personagens que referimos circularam nos meios intelectuais, mas também artísticos e acadêmicos, sendo partícipes da construção de um imaginário do universo cultural afro-diaspórico, ainda que às voltas com uma premissa lusotropicalista de uma colonização branda e de um racismo inexistente
Essa intelectualidade que envolvia vários atores, de diversas partes do mundo lusófono, padecia de um lusocentrismo tropicalista que buscava acentuar o papel de Portugal na construção de um espaço transcontinental. Não era de todo modo o caso preciso de Câmara Cascudo, uma vez que o Brasil não se encontrava mais na condição de colônia. Entretanto, de certa forma, suas pesquisas apontavam para a perspectiva freyriana da democracia racial em que o contributo africano na construção da identidade nacional era um ponto nodal. O mesmo não se pode dizer de Neves e Sousa e suas relações com o império colonial:
A obra de Neves e Sousa é assim apropriada como uma bandeira quer em prol da promoção do império colonial português num sentido mais lato, quer por aqueles que, vivendo em Angola (portugueses ou seus descendentes), a consideram um veículo de visibilidade particular da colónia, acentuando as suas idiossincrasias (concorrendo rapidamente para uma ideia de emancipação e independência face à metrópole). No entanto, os termos em que esta apropriação se realiza revelam a clara ambivalência e ambiguidade da configuração de uma imagem do colono português em África (e em Angola em particular) e os equívocos e conflitos que daí resultam.” (PEREIRA, 2011, p. 237)
Entendemos a relevância dessa contextualização para perceber as nuances do encontro entre Câmara Cascudo e Neves e Sousa e deste com Mestre Pastinha. É interessante atentar para o contexto que ensejou o encontro e as trocas entre esses agentes, principalmente seus significados e motivações intrínsecas. Não eram apenas pinturas: para Cascudo, era o material que permitiu completar a sua obra e o posicionava como um importante folclorista; para Neves e Sousa, tratava-se da pertinência social e cultural do seu trabalho autoral como pintor para além do domínio apreciativo e estético; e, para Mestre Pastinha, era a prova de que a capoeira Angola era de fato africana.
Referências:
AMADO, Jorge. Prefácio. In: CASCUDO, L. C. Dicionário do Folclore Brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1972. p.1.
ASSUNÇÃO, Matthias Röhrig. Capoeira – The History of an Afro-Brazilian Martial Art. London and New York: Routledge, 2005.
DESCH OBI, T. J., Fighting for Honor: The History of African Martial Art Traditions in the Atlantic World, Columbia: South Carolina Press, 2008.
CASCUDO, Luis da Câmara, Folclore do Brasil (Rio de Janeiro:1967).
CASCUDO, Luis da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1972.
NEVES E SOUSA, Albano Da Minha África e do Brasil que eu vi… Luanda: Lello, 1974.
PEÇANHA, Cinésio Feliciano. Gingando na linha da kalunga. A capoeira Angola, Engolo e a construção da ancestralidade. Tese de doutorado multiínstitutcuinal e multidisciplinar em difusão do conhecimento. UFBA, 2019.
PEREIRA, Teresa Mattos. Uma travessia da colonialidade: intervisualidades da pintura, Portugal e Angola. Tese (Doutoramento em Belas-Artes) – Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2011.
NEVES E SOUSA, Albano Da Minha África e do Brasil que eu vi… Luanda: Lello, 1974.
Mestre Braga, membro fundador do GECAP-Grupo de Capoeira Angola Pelourinho, me enviou esta mensagem e pediu pra re-enviar NA RODA. O jogo inclui o assunto “As Cartas: Neves e Sousa, Câmara Cascudo e o mito do Engolo” do Mestre Cobra Mansa. (MESTRE JERONIMO-JC)
Mestre Braga — https://www.facebook.com/nevesbraga.antonio.7.
Iêê mundo dá volta, camará!
Ye! Bom dia! Jeronimo gostaria de saber o alcance que um comentário tem aqui.
Outros: sua observação é credível pois, a partir do momento em que se escreve algo mais informativo ao popular, certas regras de comunicação para outros são necessárias principalmente para entendimentos dos mais nulos nesse assunto de Capoeiras.
No caso do cultural que se segue em Capoeira Angola, assunto de referência cultural em convivialidade desde os primordes disto com outros culturais e ideológicos , exige de quem for responder , a questões assim!
De muitas coerencias e considerações pois academicos cartezianos sobre os outros! São interpretadores, assim , correm o risco de mau interpretarem por vezes por ver de fora ou por ter sido de desaculturados.
As dificuldades em compreenções não estão na humanidade africana ou sudamericana (classificada de índios) mas!!! Sim nos que os taxaram de “estupidos “.
Daí que no Brasil de cara palidas e desaculturados, teses e teses de doutorados não servirem pra disso ainda trazerem de avanços , nem como historinha pra criança sem sono pra na hora de dormir. Muitas das quais se observam , que tudo que buscam é dizer “eu sou o mestre e a capoeira sou eu” ou “que a capoeira por atravéz destes ficou mais nova pois!!!
A lagarta virou borboleta”. Dos novos trabalhos surgidos depois do livro do Mestre Pastinha , Waldeloir Rego, os desenhos de Carybé , Jair Moura, se adicionam o do Carlos Eugenio, Ney Lopes de auxilio complementar que reforça no ambito da cultura preta.
Sobre o N’Golo e mais também os Maranas, estou vendo com positividade o que mostra de quanto certos mestres de nada estão firmes pro que dizem! Prova de que circo não é jogar capoeira ,daí com uma oratória de África pra imprecionar, reúnem sim é de um monte de alternativo páz/”amor” por verem assim a imagem ao som encantador do berimbau um Gurú indiano que mestre de Capoeira Angola.
Estou trabalhando nisso também e a vantagem é que aqui fora o nivel de coerência dos estudiosos é bem mais fiavél , para o que a destenguir-se muito antes de coisa sobre coisa no Brasil. Colocar de um Ye! Viva meu mestre mas!!! o mestre mesmo não se ve, é coisa dos que utilizam de uma importancia sem maiores proteções para se alto promoverem. Claro que não vão ser universidades de mais prestigio que vão comer disto.
Grupo de Capoeira Angola Pelourinho é coisa de um coletivo compreendido a 5 mestres: (Braga, Neco, Zé Carlos, Marco Aurélio, Moraes seu contramestre muito antes desses! O nego Peçanha (* braga aqui ta SE REFERINDO AO MESTRE Cobra Mansa
). O resto aparece de alunos desse coletivo.
Livro,tese, informações que não contam sem uma ampla pesquisa sobre estes, é de impostores.
Mesmo pra falar de Ginastica Nacional e Luta Regional não pode ser a exemplos de “rede Bobos” do Brasil.
Fico no aguardo,antes de passar esse teu informativo para as fontes aqui, pois falam ingles e podem se estenderem a esse publico também.
Acho mesmo bem do Moraes também ter mostrado desses comédias afim de desconstruir dos outros.
Mestre Cobra Mansa me madou essa nota, e ja corrigi o txt:
Cobra Mansa falou:
Nego Peçanha é um antigo aluno do mestre Morais não sou eu não
Cobrinha (Cinézio Peçanha) valeu a chamada pro JOGO. Vamos la….
Avaliando do que fala-se e pesquisam os acadêmicos e {em particular envolvendo a África lusófona e o Brasil} … o que disertam sobre a cultura do Brasil e seo povo… ta tudo “ok”.
Ok… se faz sentido racional, educativo, do que realmente queremos designar com a ideia do resultado (produtivo & educativo) da razão de querer provar ideias sobre uma origem do que existe na CULTURA BRASILEIRA, que existe o mesmo em outras culturas que, como a brasileira, se originaram de outras culturas e misturas de povos; que atualmente não somos capazes de verificar cientificamente.
Se o historiador definir, de fato, o que é do Brasil, do estado e seo povo, sem deixar lacunas, se essa origem tiver coerente, dai podemos ir além racionalmente analisando as outras “ideias” de definição da origem da Capoeira; de outras culturas, sem deixar lacunas.
Portanto, quiças, o mitos de procendencia da Africa, Grecia, Egito, e de outras raças são todos, portanto, parte da mesma raiz humana, correto?!
A não ser que os que “dizem” que {tudo começou na Africa} cometam a incoerência de afirmar isso e depois se contradizer querendo separar a ideia do negócio das culturas que fazem os povos entre si.
Mas, enfim, o estudo em foco tem situações que servem pra adicionar conteúdo extra nas ideias que existem sobre quem somos, de onde viemos, da cultura que existe num lugar que pode ter sido gerada por meios de uma fusão humana. Da mesma forma que aconteceu pra que esta cultura, atual, angolana, que focam neste estudo está dizendo que a origem da Cultura do Brasil existe {como uma provável origem angolana da capoeira.}
Na real, seja la como foi, por ex, se a origem da cultura de “capoeira” dos angolanos não aconteceu lá, pois foi originada por uma fusão de outras culturas, isso pouco vale pra desmerecer a cultura desse povo, correto?!
Portanto, sugiro ter atenção no que pronunciam em seus estudos e quando escrevem os nomes próprios, títulos culturais, etc, da Cultura de Capoeira de ambos os povos, Brasil e Angola. Demonstre respeito e instrução escolar “que presta” ao que nomeiam da mesma forma que escrevem o nome, o rótulo, do GCAP – Grupo de Capoeira Angola Pelourinho, que está correto escrito com a inicial capitalizada.
Pessoal, nomes próprios, um título cultural – como o da Capoeira Brasileira, nome de um país…; escreve-se com a inicial maiúscula. As palavras em minúsculas são os nomes/termos simples. Atenção pra não adicionar desrespeito na cultura do Brasil, de outros, e contribuir pros racistas que utilizam inclusive das ‘artimanhas’ d gerar racismo na escrita, pra discriminar o povo oprimido e sua cultura.
Valeu a volta no JOGO.
Iêê… volta do mundo, camará!
Mestre Jeronimo-JC (Jerônimo Santos Da Silva)
Cidadão do Mundo
Capuerista – Musician – Composer – Author
(DipMus | BMus | GradDipMus | MMus | CertEdTESOL)