Por Matthias Röhrig Assunção.
Mestre Célio Gomes se iniciou na capoeira por volta de 1980 com o mestre Poeira, sendo seu padrinho de capoeira William Penninha.
Foi no entanto com outro capoeirista, Muca, que fez seus primeiros rabos de arraia. Depois continuou na capoeira Angola com Mestre Manoel, então do GCAP – Grupo de Capoeira Angola Pelourinho.
A partir de 1997, praticou capoeira Angola com mestres Jurandir e Cobra Mansa e entrou para a FICA ̶ Fundação Internacional de Capoeira Angola.
Em 2007, ele criou seu próprio grupo, o Aluandê. Desde o ano 2000, M. Célio dá aulas na Fundição Progresso, na Lapa.
Durante o Segundo Império (1850-89), a região do atual bairro da Lapa era dominada por uma malta de capoeiras chamada Espada, que vivia em conflitos violentos com a malta da igreja de Santa Rita. Para melhor defender seu território e sua gente, acabou se federalizando e, com a malta da Glória e outras, fez parte dos famigerados Guaiamus, imortalizados no desenho de Calixto com a aba do chapéu para cima.
Já no século vinte, a Lapa foi o território do mais famoso capoeira e valentão, Madame Satã, e de vários outros malandros da antiga, como Camisa Preta.
A Lapa chegou a contar inclusive com uma roda de rua, liderada pelo Mestre Dimola, realizada à meia-noite, debaixo dos Arcos. Em 1995-96, Célio começou a fazer uma roda no mesmo lugar, mas às sete da noite.
Após um período de suspensão das atividades, Mestre Célio decidiu retomar a roda, desta vez na Feira do Lavradio e com a ajuda de seu grupo, dos Contramestres Érida e Fagnon e de treineis. Ali, na Rua do Lavradio, ela tem lugar a cada primeiro sábado do mês, por mais de uma década.
Dar seguimento a essa roda mantém a tradição das rodas de rua, presentes nas ruas e largos da Lapa desde os inícios dessa arte no Rio de Janeiro.
Veja o documentário aqui!
Como Mestre Célio explica no vídeo documentário Roda do Lavradio, do projeto CapoeiraHistory, a energia desses capoeiras antigos está presente quando soam os berimbaus na roda do Lavradio.
Para saber mais sobre as maltas de capoeira:
Soares, Carlos Eugênio Líbano. A negregada instituição. Os capoeiras no Rio de Janeiro (1850-1890). Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade, 1995.
Todo segundo domingo de mês das 10h até às 15h próxima ao prédio da Oi
ainda tem. Vista https://www.instagram.com/institutoaluande/ pra mais informacao.
Gostaria de saber o horário que se da a roda
Essa roda não existe mais, Nuno! Acabou na década de 1970.