CAPOEIRA CONTEMPORÂNEA
  • Capoeira no RJ
    • O projeto
    • Lugares de Memória
    • Capoeira na sociedade e cultura
    • Rodas
    • Mestres
    • Grupos
    • Malandros da Antiga
  • Raízes Angolanas
    • Sobre o projeto
    • O filme
    • Os Nhaneca-Nkhumbi
    • Notícias
    • Eventos & Exibições
  • Blog
  • Sobre o site
    • Consultores 2025-2027
    • Consultores 2019-2024
    • Colaboraram com conteúdo
  • Links
  • English
  • Português
23rd julho 2019 0
Geral, Rodas de capoeira

Roda do Teles

Roda do Teles
23rd julho 2019 0
Geral, Rodas de capoeira

Por Matthias Röhrig Assunção.

O Arco do Teles

O Arco do Teles, no detalhe da gravura de Debret, 1830.

O Largo do Paço e seus arredores abrigava negociantes de “grosso trato”, que fizeram fortunas com o comércio transatlântico, seja importando mercadorias europeias e africanos escravizados, seja exportando produtos coloniais.

Um desses negociantes, Antônio Teles Barreto de Menezes, construiu um conjunto de casas em frente ao Paço Imperial e as alugava para comerciantes.

Para permitir acesso ao mercado de peixe logo atrás, fez abrir uma passagem coberta por um grande arco de cantaria, típico das construções portuguesas setecentistas. O espaço debaixo do arco, protegido da chuva, virou refúgio dos negros Angolas e Benguelas, que ali tocavam seu arco musical, o Urucungo (também grafado Oricongo). Ali, como descreve o cronista Mello Moraes Filho:

[Os] velhos trovadores de Benguela e de Angola, maltrapilhos, nus da cintura para cima, encostavam ao ventre enrugado e negro as cuias de suas marimbas, e o casco de coco de seus urucungos em arco, ao som de cujas toadas nativas deliciavam seus conterrâneos…”.

A Capoeira

A capoeira também esteve presente no Largo do Paço, hoje Praça XV, onde, ao redor do Cais Pharoux, se aglutinava a malta da Marinha. Essa malta se aliou aos Três Cachos, na Santa Rita, para se proteger da proximidade da malta dos Carpinteiros, baseada na Igreja de São José. Dessa forma, a praça se configurou no limite entre a federação Guaiamu e a dos Nagôas, sendo palco de confrontos violentos, com paus e navalhas.

O mesmo local, mas já com o nome de Praça Dom Pedro II , foi palco de violenta repressão à capoeira quando, para celebrar a Proclamação da República, trocaram o nome do logradouro para Praça XV de Novembro. A praça continuou a dar dor de cabeça para as autoridades, que consideravam, ainda em 1903, que o Cais Pharoux e a Praça XV “eram logradouros infectos de toda a sorte de vagabundos” (citado em Colchete, Praça XV, p. 56).

A Praça XV é um exemplo, e apenas um, de como se enlaça a história da capoeira com a rica história da cidade do Rio de Janeiro.

Vista do Cais Pharoux, na foto do antigo cartão postal

Uma boa olhada na Roda do Teles!

Hoje ainda tem capoeira no Arco do Teles. É uma roda aberta, onde camaradas se encontram e novas amizades se fazem. Tudo seguido pelo samba de roda de praxe. A Roda do Arco do Teles acontece a cada segundo sábado do mês, a partir das 14 horas, organizada pelo Contramestre Fábio Chapéu de Couro e Alessandra Morioka (a “Japa”).

A Roda do Teles no clip em 360 graus: entre nessa roda com a gente!

Você se sentirá um capoeirista na roda que acontece no lugar mais antigo do Rio de Janeiro.

Para saber mais:

Vivaldo Coaracy. Memórias da Cidade do Rio de Janeiro. Belo Horizonte e São Paulo: Itatiaia e EdUSP, 1988.

Antonio Colchete Filho. Praça XV. Projetos do espaço público. Rio de Janeiro: Sete Letras, 2008.

Artigo anteriorPraça XV: a capoeira no Rio começou aqui?Próximo artigo Madame, o Satã da Lapa

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

  • África (4)
    • Angola (1)
    • Bantu (2)
  • Antropologia (4)
  • Biografia (13)
  • Capoeira no Rio de Janeiro (52)
    • 1ª República (8)
    • Atlântico negro (2)
    • Brasil Império (3)
    • Ditadura (1964-85) (3)
    • Época colonial (2)
    • Era Vargas e Populismo (1930-64) (4)
    • Exibições (1)
    • Grupos (7)
    • Grupos de capoeira (3)
    • Iconografia (1)
    • Literatura (1)
    • Lugares da capoeira (4)
    • Lugares de memória (4)
    • Malandros (3)
    • Malandros da antiga (8)
    • Outros estados (11)
      • Bahia (3)
      • Maranhão (2)
      • Pará (1)
      • Piauí (1)
      • São Paulo (4)
    • Rio de Janeiro (7)
    • Rodas (1)
    • Rodas de capoeira (6)
    • Século XXI (9)
    • Sociedade (2)
    • Sociedade e cultura (4)
    • Textos Clássicos (2)
  • Caribe (3)
  • Escravidão (3)
  • Fake news (1)
  • Geral (67)
  • Globalização (6)
  • Historiografia (8)
  • Índico Negro (1)
  • Mulheres na capoeira (1)
  • Outras lutas (9)
  • Raízes angolanas (2)
    • Benguela (2)
  • Relações étnico raciais (2)

Posts recentes

A história do kokobalé (II)9th maio 2025
Kokobalé, a arte marcial afro-portorriquenha4th abril 2025
Mestre Pastinha: as malícias escritas de um capoeira-autor21st fevereiro 2025
As origens do savate, do “chausson” e do boxe francês (1798-1842)4th janeiro 2025
Alunos de Mestre Roque8th dezembro 2024

Tags

BBC. Capoeira. Ident. Camisa Preta. Malandro. Capoeira. Carnaval. Blocos de embalo. Cacique de Ramos. Bafo da Onça. Capoeira. Primeira República. São Paulo. Capoeira e Política. Maltas. Capoeira crioula e capoeira escrava. Capoeira nas ruas. São Paulo. Maltas. Primeira República. Capoeira no exterior. Profissionalização. Transnacionalização. Capoeira songs. Festival Galo já Cantou. Competition. Rádio Capoeira. Mestre Paulão Kikongo. Mestre Alexandre Batata. Engolo. Neves e Sousa. Câmara Cascudo. Mestre Pastinha. Escola de samba. Mangueira. Mestre Leopoldina. Salgueiro. Viradouro. Grupo de capoeira. Kapoarte. Filhos de Obaluaê. Mestres Mintirinha História Atlântica. Benguela. Angola. África. Escravidão. Tráfico de escravizados. Mariana Candido. Rio de Janeiro. Raízes angolanas da capoeira. Khorvo and Silas. Lapa. Boêmia. Maxixe. Malandragem. Mulher. Empoderamento. Mestra Cigana. Mestra Janja. Música de capoeira. Festival Galo já Cantou. Concurso. Rádio Capoeira. Mestre Paulão Kikongo. Mestre Gegê. Paulão Paulão. Burguês. Mintirinha. Piriquito Prata Preta. Revolta da Vacina. Desterro. Acre. Roda de Capoeira. Central do Brasil. Mestre Mucungê. Roda de Capoeira. Zé Pedro. Bonsucesso. Rua Uranos. Roda do Lavradio. Lapa. Mestre Celio Gomes. Aluandê. GCAP. Sete Coroas. Malandro da antiga. Primeira República.

Dedicated to the history of capoeira.

Our aim is to provide you with reliable information, which is backed up by research and evidence. The massive growth of capoeira worldwide has created an increased need for information on its history and traditions.

Informação de contato

capoeirahistory@gmail.comhttps://capoeirahistory.com/
@ Contemporary Capoeira 2021 - Privacy policy | Terms of use

Bem-vindo

a capoeirahistory.com, um website dedicado à história da capoeira.

Categorias

  • 1ª República
  • África
  • Angola
  • Antropologia
  • Atlântico negro
  • Bahia
  • Bantu
  • Benguela
  • Biografia
  • Brasil Império
  • Capoeira no Rio de Janeiro
  • Caribe
  • Ditadura (1964-85)
  • Época colonial
  • Era Vargas e Populismo (1930-64)
  • Escravidão
  • Exibições
  • Fake news
  • Geral
  • Globalização
  • Grupos
  • Grupos de capoeira
  • Historiografia
  • Iconografia
  • Índico Negro
  • Literatura
  • Lugares da capoeira
  • Lugares de memória
  • Malandros
  • Malandros da antiga
  • Maranhão
  • Mulheres na capoeira
  • Outras lutas
  • Outros estados
  • Pará
  • Piauí
  • Raízes angolanas
  • Relações étnico raciais
  • Rio de Janeiro
  • Rodas
  • Rodas de capoeira
  • São Paulo
  • Século XXI
  • Sociedade
  • Sociedade e cultura
  • Textos Clássicos

capoeirahistory.com