Mestre Genaro

Genaro Raimundo Coelho nasceu no bairro de Nazaré, em Salvador, Bahia, em 21 de junho de 1934.

Geisimara Soares Matos (abril de 2020)

Veio ainda muito pequeno para o Rio de Janeiro com a família, que se estabeleceu no bairro de Bonsucesso.

Entretanto, aos 10 anos de idade teve de voltar para sua terra natal onde começou sua vida como trabalhador. Após muitas dificuldades para conseguir trabalho em Salvador, voltou para o Rio de Janeiro, aos 19 anos, e vai morar com sua madrinha no bairro de Higienópolis com o objetivo de conseguir melhores oportunidades profissionais.

Assim que chegou se alistou no Exército e mais ou menos nesse período conheceu o Mestre Artur Emídio que morava na época na avenida dos Democráticos. Reunindo-se com Emídio, Valdemar Santana e outros, nos altos da farmácia Rio Novo, esses jovens compartilhavam o interesse pela capoeira e outras artes marciais.

Mestres Genaro, Djalma Bandeira e Artur Emídio. Foto: Acervo M. Genaro.
A famosa foto em que Genaro aparece com seu pandeiro e sorriso largo no estúdio de gravação ao lado de nomes como Nelson Motta, Caetano, Betânia, Paraná e Jards Macalé. Foto: Acervo M. Genaro.

Frustrado com a derrota que teve na luta contra Robson Gracie, Artur foi motivado pelos amigos a ensinar capoeira. Mestre Genaro se tornou seu aluno e participou, a partir de 1955, de apresentações de capoeira, a primeira sendo na Associação Cristã de Moços, a ACM, na Lapa. Com Artur Emídio, Djalma Bandeira e Vilela, participou do show “A Noite dos Escravos”, na TV Rio, em 1957, a convite de Haroldo Costa.

Não demorou muito para que Genaro conhecesse o Mestre Paraná (Osvaldo Lisboa dos Santos), com quem aprendeu a tocar berimbau. Paraná muitas vezes assumia a direção da bateria na roda de Artur Emídio e Genaro o acompanhava. Era exímio tocador de pandeiro e também tocava berimbau na roda e nas apresentações.

Genaro também participou de excursões desse grupo de capoeiristas e percussionistas quando foram convidados por Abraão Medina para levar sua arte a países como Portugal, México, Alemanha, e França, entre outros.

Em uma das apresentações, no Rio, com Tom Jobim, Caetano Veloso, Maria Bethânia e outros músicos e compositores da MPB, Genaro, no calor do momento, compôs uma nova versão da música “Paranaê”, de domínio público. Aproveitando o refrão homônimo a seu mestre de ritmo, cantou a música com letra nova, se referindo ao Mestre Paraná que, na ocasião, havia faltado a seu compromisso causando um grande desfalque na bateria e forçando Genaro a assumir a direção do ritmo. No vídeo a seguir você pode conferir mais sobre a história dessa música e a versão da mesma cantada pelo próprio mestre Genaro.

A história de Paranaê

Rio de Janeiro

Trabalhos similares

Mestre Camisa

Professor Lamartine

Mestre Mintirinha